Euclides Da Cunha
Obra: Os Sertões
“ O sertanejo é, antes de tudo, um forte.Não tem o raquitismo axaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.
A sua aparencia, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o
contrário. Falta-lhe a plsatica impecavel, o desempenho, a estrutura
corretissima das organizações atléticas.
É desgracioso,
desengoçado, torto. Hércules- Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade
tipica dos fracos.O andar sem frimeza, sem aprumo, quase gigante e
sinuoso, aparenta a translação de mebros desarticulados
[…]
Reflete a preguiça invencivel, a atonia muscular perene, em tudo: na
palavra remorada, nos gesto contrafeito,no andar desaprumado, na
cadência langorosa das modinhas, na tendencia constante à imobilidade e à
quietude.”
Lima Barreto
Obra: Triste fim de Policarpo Quaresma
“
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a
tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios ? Eram
grandes ? Pois que fossem … Em que lhe contribuiria para a felicidade
saber o nome dos heróis do Brasil ? Em nada …
O importante é
que ele tivesse sido feliz. Foi ? Não. Lembrou-se das suas causas de
tupi, do folclore, das suas tentativas agírcolas .. Restava disso tudo
em sua alma uma satisfação? Nenhuma!
Nenhuma!
O tupi
encontrou a incredulidade geral, o riso, a morfa, o escárnio, e levou-o à
loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram
ferazes e ela não era facil como diziam os livros.Outra decepção.E,
quando o seu patriotismo se fizera combatente, oq que achara ?
Decepções.”
Augusto Dos Anjos
Obra: Psicologia de um vencido Eu filho do corbono e do amoniaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigenesis da infância
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondriaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sabe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardiaco
Ja o verme - este operário das ruinas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra
Andar a espreitar meus olhos para roê-los,
E há- de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Monteiro Lobato
Obra: Urupês
“Quando comparece ás feiras, todo mundo logo adivinha o queele traz
sempre coisas que a natureza derrama pelo mato e ao homem só custa o
gesto de espichar a mão e colher – cocos de tucum ou jissara,
guabirabas, bacuparis, maracujás, jataís, pinhões, orquideas […]
Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esfoço – e nisto vai longe.
Começa na morada. Sua casa de popé e lama faz sorrir aos bichos que
moram em toca e gargalhar ao joão – de – barro. Pura biboca de
bosquimeno.
Mobília, nenhuma. A cama é uma espipada esteira de peri posta sobre o chão batido. […] ”
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir